É difícil encontrar alguém que não queira transformar alguma parte do seu corpo. Todos sonhamos com uma transformação milagrosa que acabe com aquela gordurinha chata, quer seja na cintura, coxas ou braços.

Mas conseguir essa mudança através de uma dieta equilibrada, e um regime de exercício físico regular, é demorado e exige esforço e sacrifício. Isto faz com que procuremos soluções rápidas, como aquelas máquinas para trabalhar a parte interna da coxa, tão populares nos anos 90.

Achamos que estas estratégias funcionam porque a nossa intuição nos diz que a gordura que “queimamos” durante um exercício provém da área em redor do músculo trabalhado.

Se seguirmos esta lógica, poderíamos concluir que os tenistas deveriam ter um braço mais magro que o outro, já que passam grande parte da sua prática desportiva utilizando apenas um dos braços. Errado! Num estudo realizado em 1971 por Gwinup e seus colegas, chegou-se à conclusão que o braço dominante dos tenistas estudados tinha um volume maior devido ao superior desenvolvimento da massa muscular, mas que não havia diferença de gordura entre ambos os braços.

Noutro estudo interessante, Ramirez-Campillo e colaboradores (2013), colocaram os participantes a treinar apenas a perna não-dominante, durante 12 semanas, e no final analisaram a massa gorda. O que acham que descobriram? Descobriram que houve uma perda de gordura corporal geral, não existindo diferenças entre a perna exercitada e a não exercitada. E não só isso, descobriram como a perda de massa gorda também foi superior no tronco, apesar de o treino incidir sobre os membros inferiores.

Já vimos então que a evidência científica nos diz que realizar exercício com o objetivo de “queimar” gordura localizada é impossível, que este processo ocorre pelo corpo todo. E para podermos perceber melhor porque não funciona, é importante entendermos como o nosso corpo “queima” gordura.

É importante referir que os nossos músculos não “queimam” gordura, eles utilizam glicose (um hidrato de carbono) como fonte energética, e que a gordura no nosso corpo está armazenada sobre a forma de triglicéridos. E agora vocês perguntam, então como é que o músculo utiliza a gordura como energia?

Em resposta à contração muscular, o nosso corpo deteta uma necessidade energética e liberta hormonas mobilizadoras de gordura. Estas hormonas viajam pela corrente sanguínea e sinalizam aos triglicéridos, por que passam, para se decomporem e libertarem ácidos gordos livres para o sangue. Estes, por sua vez, são transportados até ao músculo, que os transforma em glicose e assim recarrega a sua “bateria energética”. E é precisamente pelo facto de estas hormonas se espalharem pela corrente sanguínea que o corpo não “queima” gordura de forma localizada, mas sim generalizada. De notar também, que a gordura em certas zonas do nosso corpo oferece maior resistência à sua degradação.

Da próxima vez que fizerem os vossos 5000 abdominais, lembrem-se que estes ajudam a fortalecer os vossos músculos abdominais, mas que vai fazer tanto para os vossos pneus como para a gordura dos braços.

Para além de o corpo não “queimar” gordura de forma localizada, os exercícios para trabalhar zonas específicas do corpo tendem a “queimar” poucas calorias e, se não estiverem a gastar calorias, não vão perder gordura, seja em que zona for. A camada de massa gorda vai manter-se e os músculos vão crescer, levando a um aumento do volume da zona trabalhada.

A mensagem a reter é que apesar de não ser possível “queimar” gordura de forma localizada, uma rotina de exercício físico regular em conjunto com uma alimentação equilibrada, e adequada, vão eliminar o excesso de massa gorda. Mantenham-se focados e os resultados irão aparecer.

 

Christoph Fetkenheuer – Personal Trainer

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